Server Actions no Next.js: Por que eu desisti (e o que usei no lugar)
A experiência real usando Server Actions no Next.js por anos. O que seduz, o que trava, a duplicidade dolorosa, problemas escondidos e as soluções práticas para quem quer construir rápido — e bem.
Por que isso é importante
Server Actions no Next.js prometem velocidade e simplicidade. Muitos acham que é o caminho definitivo para apps modernos, mas poucos falam sobre as limitações reais, sobre duplicidade, performance e experiência de dev. Conheça os riscos para não cair nas armadilhas de hype e perder tempo na sua stack.
Por que Server Actions são tão sedutoras?
Server Actions no Next.js chegaram como solução revolucionária: menos boilerplate, nada de endpoints API, apenas foco no produto. A promessa era clara: centralize mutações e dados no servidor, esqueça rotas repetidas de API, mova rápido. Ideal para quem quer lançar, escalar, testar ideias e ganhar dinheiro sem carregar bagagem de infra pesada.
O grande apelo: nunca mais endpoints API?
O dev esquece a API REST. Você faz tudo em server actions: busca, mutação, até auth e revalidação, direto no código React. Essa abordagem funciona e brilha em MVPs, projetos pessoais ou apps isolados, onde centralização absoluta é um bônus.
ℹ️Atenção
Mas a ausência de endpoints pode ser uma armadilha: seu app pode não ser único ou isolado para sempre. Em breve, seu time ou produto pode precisar falar com outros apps ou serviços.
O problema oculto: projetos multi-app sofrem
Se seu ecossistema vai além de um app, Server Actions começa a travar. Precisa de um admin separado? Vai lançar uma versão mobile compartilhando lógica? Terá que duplicar código ou migrar (tarde demais) para endpoints API clássicos. O isolamento que parecia vantagem vira gargalo.
⚠️Paradoxo silencioso
Apps móveis e multi-ambiente exigem APIs compartilháveis. Com Server Actions, você reinventa a roda e repete lógica — e aí, adeus produtividade.
Experiência real: o caso Yorbi
Ao criar a Yorbi — uma plataforma de marketing e banco de conteúdo viral —, surgiu a necessidade crítica de lógica compartilhada entre portal do consumidor e painel admin. A solução? Tive que duplicar mutações e regras de negócio só porque cada front estava isolado pelo modelo Server Actions.
❌Atenção
Duplicidade não é só chata: é perigosa. Bugs aparecem, manutenção custa caro, deploy fica arriscado. O débito técnico só cresce rápido.
Performance: por que Server Actions podem travar sua entrega
Server Actions e data fetching centralizado facilitam no início, mas podem deixar seu app lento. Mutação de dados, carregamento de listas, navegação, tudo passa pelo servidor, e se você não otimizar cache, revalidação e granularidade, a experiência vai frustrar. Transições ficam morosas, e até animações básicas emperram.
O Custo Invisível: experiência de dev nunca é prioridade?
Otimizações como cache por tag, granularidade de revalidação e loading states dependem de pesquisa e implementação manual. O padrão do Next.js é básico, não resolve casos avançados por padrão — o que deveria ser fácil, vira pesquisa, hack e patch manual.
⚠️Atenção
Se o default do framework não entrega performance decente, devs medianos travam mais que devs experts. O efeito? Times inteiros gastando tempo em sintoma, sem atacar causa.
Redirects: um caso real de frustração
A função redirect parece simples, mas não pode ser usada com try/catch direito — ela lança um erro especial. O resultado? Redirecionamentos banais ficam cheios de pegadinha, tornando até flow básico mais demorado de entregar.
Navegação: feedback de carregamento não é padrão
Troca de página que trava, usuário sem feedback. O Next.js não entrega uma animação de loading out-of-the-box e, para devs focados em produto, apenas parece lento — uma quebra de expectativa básica pelo usuário final.
Quão culpado é o dev — e quão problemático é o padrão?
Parte dos problemas podem ser “resolvidos” com otimizações, mas exigir pesquisa e esforço contínuo só por usar o padrão é sintoma de arquitetura falha. Quem é produtivo vira refém da stack. Frameworks bons aceleram, não travam seu time.
Por que reverter? Chega do hype, hora do resultado
Voltar para APIs REST ou GraphQL clássicas traz flexibilidade. Conecta sistemas distintos, compartilha lógica sem duplicar código e melhora performance do jeito certo. APIs são interfaces pré-existentes para todos os tipos de consumidor, sejam web, mobile ou integrações externas.
✅Atenção
Usar o padrão certo traz clareza: uma API bem-feita conecta qualquer app, qualquer front, qualquer stack, sem cracks e sem sobrecostos.
O que usar no lugar das Server Actions?
APIs REST ou GraphQL com rotas /api bem definidas, camada de serviços compartilhada (use casos) e fetch granular no client: menos acoplamento, mais velocidade, deploy flexível e conexão para web, mobile e admin.
Conclusão: pense além da stack, pense no produto
Não caia em promessas de desenvolvimento sem limites ou frameworks mágicos. Stack é ferramenta — resultado é produto escalável e simples. Questionar defaults salva semanas, dinheiro e nervos. Escolha arquitetura pelo impacto de negócio, não por buzz do momento.
Para quem é esse alerta?
Se você pensa no futuro do seu app, quer lançar features de verdade em vez de caçar bugs e duplicidade, repense Server Actions como default. Use com clareza — e mude sem medo quando necessário.
Próximo passo: aprenda arquitetura de verdade
Se quer entender de verdade o melhor da stack React, Node e Next.js, fuja do hype, siga quem mostra os bastidores (inscreva-se no canal Dev Doido no Youtube) e leve seu produto mais longe.